Por Olimpio Araujo Junior
O comunicado que foi feito oficialmente no blog oficial do Twitter, afirmando que agora pode bloquear seletivamente determinados textos de usuários de países específicos, já começou a causar polêmica na web.
Apesar de estar apenas cumprindo a lei em cada país que atua, é difícil explicar que sua ação não é uma violação da liberdade de expressão.
Segundo o comunicado do Twitter, à medida que expande rapidamente seu alcance mundial é necessário começar a restringir mensagens de usuários em determinados países, modificando assim a forma pela qual a plataforma social lidava até o momento com as questões de liberdade de expressão.
Até agora, para remover uma mensagem após solicitação de algum governo, o Twitter precisava remover de sua rede mundial. O que muda é que a partir de agora, as mensagens podem ser removidas apenas regionalmente, e continuar sendo exibidas em outros países.
Por exemplo, se um manifestante no Irã publicar uma mensagem contra o Governo, a mesma poderá ser bloqueada naquele país caso o governo solicite, porém, continuará sendo divulgada em todos os países que não se manifestarem contra.
Para amenizar as críticas, o Twitter usou como exemplo o "conteúdo pró-nazista" na Alemanha e França, de tweets que pode bloquear, pois estes países censuram oficialmente esse tipo de mensagem.
"A partir de hoje, nos damos a capacidade de reter conteúdo reativamente para usuários de um país específico, mas mantê-lo disponível para o restante do mundo. À medida que continuamos a crescer internacionalmente, ingressaremos em países que têm ideias diferentes quanto aos contornos da livre expressão", o Twitter afirmou.
A companhia afirmou também que mesmo com a possibilidade de restrições como essa, não pretende inciar operações em alguns países. "Alguns deles diferem tanto de nossas ideias que não poderemos existir lá", informou o Twitter.
Para demonstrar transparência em relação as novas regras, o Twitter criou um mecanismo que informará aos usuários caso uma mensagem seja bloqueada, como podemos ver na imagem abaixo:
O reconhecimento pelo Twitter de que censurará conteúdo representa desvio radical ante a posição que a companhia assumiu um ano atrás, quando manifestantes oposicionistas na Tunísia, Egito e outros países árabes usaram a rede social para coordenar manifestações de massa e, com isso, deram destaque mundial ao potencial da ferramenta para causar perturbações. Nesta época, o Twitter afirmou que não iria censurar nenhuma mensagem, como podemos ver no comunicado abaixo:
"Não removemos tweets com base em seu conteúdo", afirmava a mensagem da empresa. "Nossa posição quanto à liberdade de expressão acarreta a responsabilidade de proteger o direito de nossos usuários a falar livremente e sua capacidade de contestar a revelação de informações pessoais sobre eles." Agora, o Twitter mudou de opinião para poder expandir suas fronteiras e ser melhor aceito em muitos países que pretende atuar.
Porém, a nova regra abre muitas brechas, por exemplo, se o governo brasileiro, conhecido mundialmente pela corrupção e pela impunidade aos mesmos corruptos, solicitar o cancelamento de Tweets que critiquem determinadas ações, ou façam denúncias e comentários sobre os ferquêntes escândalos públicos, qual será a posição do Twitter?
E você, o que acha disso? Deixe abaixo sua opinião, apenas se nos manifestarmos poderemos manter o direito a liberdade de expressão soberano sobre as leis de países que ainda vivem em meio a ditaduras e governos corruptos e manipuladores.


